Durante décadas, empresas de auditoria e consultoria funcionaram como verdadeiras escolas de formação profissional. O ingresso por meio de programas de trainees era disputado por milhares, e quem passava por esse funil iniciava uma jornada quase lendária: de trainee a sócio, com uma carreira sólida, previsível e longa.
Mas os tempos mudaram. E as mudanças não foram apenas superficiais — elas foram estruturais.
Hoje, os jovens não compram mais esse enredo. O prestígio institucional já não é suficiente. O tempo de casa perdeu valor simbólico. E a promessa de virar sócio entre 12 a 15 anos soa mais como castigo do que como conquista. Os cursos que tradicionalmente abasteciam esse pipeline de talentos, como Ciências Contábeis, estão em queda de interesse. E o funil continua secando.
O resultado? Um mercado com escassez de jovens talentos, uma guerra brutal por profissionais experientes e um fenômeno tóxico: a rotação desenfreada de seniores que pulam de empresa em empresa com dificuldade de se adaptar a nova cultura e sem entregar valor real.
E o mais alarmante: há projetos vendidos, clientes contratados — e falta gente para executar com qualidade. Formam-se equipes “mancas”, com menos pessoas do que o necessário, ou com perfis ainda imaturos para a complexidade do trabalho. Os profissionais mais experientes acabam sendo espremidos até a exaustão. E a entrega final sofre.
A raiz desse colapso não é apenas operacional. Ela é cultural.
A maioria dessas empresas ainda opera sob valores e práticas do século passado. Cultura organizacional engessada, estruturas hierárquicas rígidas, rituais ultrapassados e uma visão equivocada de carreira e pertencimento. Enquanto isso, as novas gerações clamam por propósito, desenvolvimento real, flexibilidade, autonomia e conexão.
É nesse ponto que reside a urgência: ou essas organizações transformam sua cultura — ou serão engolidas por sua própria inércia.
Essa transformação não começa com slogans, campanhas internas ou treinamentos superficiais sobre cultura. Ela começa com um mapeamento profundo da cultura vigente: entender quais são os valores reais (não os escritos na parede), quais comportamentos são reforçados no dia a dia, e onde estão os bloqueios invisíveis que sabotam a evolução.
A partir desse diagnóstico, é possível construir uma cultura organizacional transformadora, capaz de atrair, desenvolver e reter os talentos certos. Uma cultura menos centrada no tempo de casa e mais orientada por impacto, aprendizado contínuo e protagonismo compartilhado.
Reformular programas de entrada, criar trilhas de crescimento não-lineares, repensar a liderança e reequilibrar o modelo de negócio para menos dependência de hora-homem — tudo isso é parte do processo. Mas nada disso se sustenta sem uma cultura que respire os novos tempos.
Cultura não é cosmética. É a estrutura invisível que sustenta ou afunda um negócio.
Transformá-la exige método, escuta, coragem e ação.
Ignorá-la é escolher morrer lentamente — e sem entender o porquê.
Por Ronaldo Loyola, especialista em gestão de pessoas e fundador da LHRC Consultoria (www.lhrc.com.br).
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