Já vi essa cena mais vezes do que gostaria — tanto na minha trajetória como executivo quanto agora, nos dias de hoje. O momento da demissão chega… e o líder simplesmente some. Some mesmo. Desaparece. Passa a bola para o RH, pede para o jurídico acompanhar, inventa uma reunião de última hora ou, pior, manda um WhatsApp dizendo “depois conversamos”. Mas não conversa. Nunca.
O mesmo líder que era presente nas cobranças, nas reuniões de resultados, nos feedbacks de vitrine… na hora mais delicada da relação, vira fumaça. E quem fica na linha de frente com o colaborador é o RH. Sim, o RH apoia.
Dá suporte técnico, cuida do processo. Mas não foi o RH quem conviveu com aquela pessoa todos os dias. Não foi o RH que prometeu desenvolvimento, que traçou planos, que se dizia parceiro. A demissão é, antes de tudo, responsabilidade do líder.
Fugir dessa etapa é covardia corporativa. É uma traição silenciosa, mas brutal. É mostrar que o vínculo nunca foi de verdade. E essa omissão custa caro — não só emocionalmente, mas também culturalmente. Porque quem é demitido pode até esquecer o crachá, mas nunca esquece quem apertou (ou não) sua mão na hora de ir embora. E quem fica no time assiste tudo. Entende, mesmo sem palavras, que naquela empresa, vínculos são frágeis. E líderes… descartáveis.
Demissões são momentos de ruptura — e de revelação. É aí que a cultura se mostra nua. É fácil falar de empatia nas campanhas internas, de liderança humanizada no onboarding, de “cuidar das pessoas” nos painéis da parede. Difícil é praticar tudo isso no exato instante em que se encerra o vínculo. Liderança de verdade exige presença. Exige coragem emocional. Exige estar ali — mesmo quando é desconfortável.
Demitir não é ato de fraqueza. Pelo contrário. Às vezes, é necessário. Mas há formas e formas. E a forma como se conduz essa conversa diz muito sobre o caráter de quem lidera e o tipo de cultura que aquela empresa cultiva.
O líder que participa com clareza e respeito, mesmo sendo firme, cresce. Mostra que liderar é estar junto também na dor. Já o líder que delega essa parte mostra que nunca entendeu o que significa liderar gente. Só gerenciar tarefa.
E aqui vem uma verdade que muita empresa ainda não entendeu: cada demissão é um ato de comunicação institucional. Ela fala sobre a marca. Sobre os valores reais — não os escritos. Um desligamento bem feito, com dignidade, pode gerar respeito, gratidão e até recomendações futuras. Já uma demissão fria, apressada e covarde, espalha ressentimento, ruído e má reputação no mercado. E ninguém segura uma marca empregadora onde só a entrada é bonita. A saída também precisa ser humana.
Então, se você é líder e se viu nesse texto, ótimo. Que isso sirva como espelho — não como julgamento. A próxima demissão pode acontecer amanhã. E a pergunta é: você vai estar lá? Ou vai fugir?
Porque no fim das contas, quem é demitido esquece a empresa. Mas não esquece como foi tratado. E é isso que ele conta por aí. E quando o mercado escuta… a reputação responde.
Por Ronaldo Loyola, especialista em gestão de pessoas e fundador da LHRC Consultoria (www.lhrc.com.br).
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